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Os números de 2012

Dezembro 31, 2012

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2012 deste blog.

Aqui está um excerto:

600 people reached the top of Mt. Everest in 2012. This blog got about 7.300 views in 2012. If every person who reached the top of Mt. Everest viewed this blog, it would have taken 12 years to get that many views.

Clique aqui para ver o relatório completo

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Livros

Julho 13, 2012

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B

Julho 9, 2012

Toda a gente me conhece.

Quando vou na rua, todos me cumprimentam.

Dão-me pancadinhas nas costas.

Dizem: «Olá, anda tomar uma bica.»

Conhecem-me, pronto.

Sou tão familiarcomo o pão.

Eu          bacundo

            bacopá

               badigão

                    e bagarela

Eu          badoque

                badulão

                  bagadoz

                      e bagarim

Eu          baé

                     baiaiá

                     bacuri

                       e biribá

Eu          babaga

                     badinguiz

                     benzidrel

                           e berzabum

Eu          baduca

                     balboreta

                    bilboqué

                       e berlinde

Eu          badusa

                belatriz

                    besimene

                         e balharim…

Sou muito popular.

Dizem: «Olá, anda tomar uma bica.»

Lá vou. Que hei-de fazer?

Todos me conhecem…

Mário Castrim

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O sol

Junho 30, 2012

Tenho um sol só meu

feito de sonho e magia,

de cor amarela

e jeito engraçado:

– quando é dia

ele sorri e me espia.

– quando é noite

ele dorme e se esfria.

João de Deus Souto Filho

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Poema

Junho 17, 2012

Dois gatos, numa grande discussão,
Qu’riam ambos um rato morto: «É meu!»
Dizia um. O outro dizia , «Não!»

Com o pelo eriçado e os olhos feios,
Olharam-se, assopraram, e um no outro
Enterraram as unhas, sem rodeios.

Mas uma gata velha, em vez de a açoite,
A golpes de vassoura sem demora
Pô-los ambos na rua, e «boa noite!»

Não, «boa noite» não, que estava frio;
Havia um vento de cortar a pele,
E, além disso, caía a neve a fio.

Com tanto frio esfriou logo o furor
Dos rivais, que já estavam com saudades
Da cozinha e o seu cheiro e o seu calor;

E, no degrau sentados, tiritando,
Lá fizeram as pazes, e, quietinhos,
P’ra onde estavam trataram de ir tornando.

Fernando Pessoa

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Acróstico (vencedor do concurso da BECRE 2011/12)

Junho 12, 2012

Letras, palavras que formam textos

Enchem o meu mundo de fantasia

Importante: enchem-me de alegria!

Tudo o que aprendo nos livros certos

Utilizo no meu dia-a-dia

Rio e sonho de olhos abertos…

Adoro ler,  é a magia!

3.º A  da EB1 da Portela

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Quadra (vencedora do concurso da BECRE 2010/11)

Junho 12, 2012

Princesas, bruxas, duendes e fadas

Andam connosco de mãos dadas

É muito fácil, é só aprender

Abre a pestana e começa a ler.

2.º A da EB1 da Portela

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A história das portas

Maio 12, 2011

A porta da rua

fecha-se devagar

Faz mu-num…mu-num,

porque é muito pesada

e está cansada.

A porta do elevador

tem voz áspera

porque nunca bebe óleo

à vontade.

– Ráade! – diz ela ao miúdo

– Fecha a grade, fecha a grade!

A porta do quarto

é uma porta sossegada,

faz fe-fe muito baixinho

e se puder não diz nada.

A porta do quarto de banho

está emperrada e tem tosse,

Quando a empurram

fica zangada!

– Ó senhora porta,

não foi de propósito…

– Fosse ou não fosse,

fosse ou não fosse!…

A porta da sala

gosta de nos ver entrar

e quando a gente sai,

chora:

– Sss-ss, não te vás embora.

– Zás!

Faz a porta da cozinha,

muito despachada.

Com mais força

só a porta do frigorífico

que já engoliu hoje

uma galinha assada,

um ananás

e um goraz.

Ao quarto do sótão

ninguém se lembra de ir

e a porta estala e fala sozinha:

– Truem, truem,

Truem- truir…

Os ratitos pequenos

passam a fugir

e lá dentro

só vai o vento.

 

Violeta Figueiredo

 

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A árvore

Maio 1, 2011

história de Sophia de Mello Breyner Andresen

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O ferreiro

Abril 27, 2011

Senhor ferreiro Ferradas

que em Ferragudo vivia

no fogo da sua forja

com ferro tudo fazia:

facas, foices e forquilhas,

ferrolhos e fechaduras,

frigideiras e funis,

fateixas e ferraduras.

Mas um dia em que o ferreiro

ferrou a dormir no chão,

entrou na fresta da porta

uma abelha com ferrão.

E sem fazer cerimónia

pregou duas ferroadas

na face gorda e rosada

do tal ferreiro Ferradas.

Ao ser picado, o ferreiro

ficou todo infernizado

e logo fez um letreiro

todo de ferro forjado:

“Faço trabalhos em ferro

sou ferreiro de profissão.

Abelhas ficam lá fora!

Não preciso de ferrão.”

Virgínia Guerreiro Gomes